Sunday, March 2, 2025

S03EP10 A ERUPÇÃO DO VESÚVIO: PARTE 2

 A terra rugia e o céu se tornava negro. A grande montanha cuspia fogo e cinzas, enquanto Pompeia mergulhava no caos. Casca, Otão e Mortag não tinham tempo a perder. Strabo estava livre, mas sua família e seus preciosos arquivos de construção ainda estavam em perigo.

Casca correu pelas ruas em chamas, desviando de pedras incandescentes e colunas que desabavam. Nos aposentos de Strabo, encontrou os planos do Coliseu espalhados pelo chão. Ao recolhê-los, sentiu o calor da lava próxima e o peso das cinzas sobre os ombros. Com o ar denso e tóxico, cada passo era uma luta contra a morte.

Otão, por sua vez, atravessava o caos em busca de Hector. Encontrou-o em meio às ruínas da taverna Tritão, soterrado por destroços. "Não vou te deixar aqui!", gritou o lanista, puxando o gladiador ferido. Mas Hector, sentindo a morte se aproximar, segurou seu braço. "Vai, Otão. Roma precisa de ti." Com lágrimas nos olhos, Otão viu seu amigo ser engolido pelas chamas, enquanto recuava para salvar sua própria vida.

Enquanto isso, Mortag lutava contra os guardas de Caecilius Garbo, que tentava assassinar Freyja. O senador, tomado pelo desespero, ergueu uma adaga para silenciá-la, mas antes que pudesse feri-la, sentiu o aço de Mortag atravessar seu peito. O bárbaro ergueu Freyja em seus braços e correu para longe da destruição iminente.

O trio escapou nos últimos momentos, encontrando Strabo e sua família prontos para partir. Ao longe, a cidade era consumida pelo fogo e pelas trevas. A erupção do Vesúvio entraria para a história, e eles viveram para contá-la.

Semanas depois, já em Roma, a notícia da morte de Vespasiano ecoava pelos palácios. Seu filho Tito assumia o trono e, ao ouvir sobre o heroísmo do trio, recompensou-os. Os traidores que desviaram verbas foram punidos, suas riquezas confiscadas para garantir a construção do Coliseu. Otão tornou-se o maior lanista de Roma, e Tito ergueu uma estátua de Hector em seu ludus, garantindo que seu nome jamais fosse esquecido.

Mortag retornou à Germânia, agora consolidado como rei, e selou um acordo de paz com Roma, garantindo que seu povo jamais voltaria a ser escravizado. Casca, por sua vez, casou-se com Freyja e tornou-se um dos homens de confiança do novo imperador.

E assim, nas páginas do tempo, seus nomes foram imortalizados como heróis que desafiaram os deuses e sobreviveram ao fogo do próprio inferno.


Dezenas de corpos foram preservados sob as cinzas vulcânicas que os matou lentamente nos primeiros dias e instantaneamente quando o fluxo piroclástico eclodiu. 

S03EP09 A ERUPÇÃO DO VESÚVIO: PARTE 1

Roma, 79 d.C. O imperador Vespasiano convocou três homens para uma missão urgente: Casca, um bárbaro celta; Otão, um experiente lanista; e Mortag Votadini, rei germânico. O engenheiro Lucius Aemilius Strabo, peça-chave na construção do Anfiteatro Flaviano, desaparecera em Pompeia, e o imperador ordenou que o encontrassem e o trouxessem de volta.

Chegando à cidade, foram recebidos pelo senador Caecilius Garbo, onde Casca conheceu Freyja, uma escrava germânica, por quem se apaixonou. Ele prometeu voltar para libertá-la. Enquanto investigavam, descobriram que Strabo falara sobre "um perigo iminente" antes de desaparecer. Em uma taverna chamada Tritão, foram confrontados por Hector, um gladiador implacável. A luta foi intensa, mas, após a derrota, Hector revelou que Strabo fora capturado e que Marcus Holconius Priscus e Aulus Umbricius Scaurus desviavam materiais da obra para projetos clandestinos.

Seguindo as pistas, descobriram que Strabo estava preso em uma caverna vigiada por mercenários marcomanos. Após uma batalha feroz, libertaram o engenheiro, que revelou uma verdade ainda mais terrível: o Vesúvio estava prestes a entrar em erupção. Apesar de seus alertas, poucos acreditaram nele.


A cidade de Pompéia estava agitada em 79 d.C. durante a Vulcanália, festival em adoração ao deus Vulcano.

Sunday, October 20, 2024

S03EP08 O ANO DOS QUATRO IMPERADORES

 Após a morte de Nero em 68 d.C., Roma mergulhou em um período caótico conhecido como o Ano dos Quatro Imperadores. Os heróis que lutaram na Guerra da Judeia, liderados por Ravi Shadai, retornaram à cidade para assistir ao funeral de Nero. Durante essa viagem, eles se encontraram com Vespasiano, um general respeitado que logo se tornaria imperador.

Vespasiano, preocupado com a segurança de um engenheiro amigo seu, pediu aos heróis que o ajudassem. Esse engenheiro era responsável por projetar e construir o futuro Anfiteatro Flaviano, mais conhecido como Coliseu. Ele havia sido sequestrado, e sua habilidade era crucial para a realização do projeto.

Os heróis, comprometidos com a causa e sob a patronagem de Vespasiano, partiram em uma jornada em direção ao Monte Vesúvio. Chegando lá, começaram a investigar o desaparecimento do engenheiro, enfrentando desafios e perigos, mas determinados a cumprir a missão que poderia mudar o destino de Roma e deixar um legado duradouro na história da cidade. A aventura estava apenas começando.

Na arena de Pompéia haviam lutas de gladiadoras




Sunday, September 15, 2024

S03EP07 A GUERRA SEGUNDO FLÁVIO JOSEFO parte II

Eu, Flávio Josefo, testemunha de meu tempo, conto os horrores da guerra judaico-romana. Minha história é uma tragédia que se desenrola diante de meus olhos, uma trama de sangue e sofrimento que marcará para sempre a história de meu povo.

Inicialmente, eu me encontrava entre os rebeldes judeus, lutando contra a opressão romana. Mas, conforme a guerra se desenrolava, percebi que a causa estava perdida. Os romanos eram implacáveis em sua busca por domínio, e suas legiões avançavam inexoravelmente sobre Jerusalém.

Foi então que tomei a decisão que mudaria o rumo dos acontecimentos. Abandonei meus companheiros e passei a aconselhar os generais romanos, compartilhando informações cruciais sobre as defesas da cidade santa. Meu povo me viu como um traidor, mas eu sabia que era a única forma de evitar um banho de sangue ainda maior.

E assim foi. Os romanos, liderados pelo implacável Tito, cercaram Jerusalém e, após meses de cerco, finalmente a conquistaram. O templo de Herodes, símbolo máximo da fé judaica, foi saqueado e destruído. Meu coração se partiu ao ver aquela cena de devastação, mas eu sabia que não havia outra alternativa.

Enquanto isso, em Roma, a situação também se desenrolava de forma dramática. O imperador Nero, em meio a um clima de tumulto e revolta, foi assassinado, dando início a um período conturbado conhecido como o "Ano dos Quatro Imperadores". A luta pelo poder imperial abalou os alicerces do Império Romano, e eu, Flávio Josefo, testemunhei tudo isso, com o coração pesado pela tragédia que se abateu sobre meu povo.

Templo de Herodes


Sunday, August 25, 2024

S03EP06 A GUERRA SEGUNDO FLÁVIO JOSEFO parte I

Eu, Flávio Josefo, nascido entre as muralhas sagradas de Jerusalém, fui moldado pelas palavras e pelas letras. Mas nada nos livros que estudei, nada nas histórias que ouvi em minha juventude, poderia me preparar para os horrores que testemunhei nesta guerra. Os deuses, em sua crueldade ou desígnio, me concederam a amarga dádiva de ser o narrador dos últimos dias de minha cidade, e das tragédias que nela se desenrolaram.

Em meio à revolta que devastava a Judéia, chegou-me aos ouvidos a notícia de uma aliança inesperada, forjada nas terras distantes da Germânia. Mortag Votadini, rei dos germânicos, um homem conhecido por sua ferocidade e astúcia, decidiu voltar suas forças contra Roma. Mas, em vez de atacar diretamente o coração do Império, Mortag traçou um plano sombrio: ele se ofereceria como aliado de Vespasiano e Tito, os generais que lideravam o cerco a Jerusalém. Assim, ganharia a confiança de Nero, apenas para, no momento certo, desferir o golpe final contra ele. Mortag veio à Judéia com um exército de bárbaros, homens que, por onde passavam, deixavam um rastro de destruição e medo.

Enquanto isso, em Roma, as sombras do poder dançavam ao som das intrigas e ambições de um homem chamado Zanon. Servo de Nero, Zanon era um intelectual com o coração envenenado pela política. Sabendo que o imperador desejava mais que a simples vitória – ele desejava um espetáculo que eternizasse sua glória – Zanon arquitetou um plano nefasto. Ele recrutou Furius, um gladiador cuja fúria era tão lendária quanto sua habilidade mortal, e Robus, um político sem escrúpulos, cuja ambição o tornava perigoso em qualquer arena. Esses homens, tão diferentes e, ao mesmo tempo, tão iguais em sua selvageria, foram enviados à Judéia com uma missão clara: esmagar a revolta judaica e transformar Jerusalém em um símbolo de poder e dominação romanos.

A viagem de Furius e Robus foi longa, mas seu impacto, devastador. Quando chegaram, Jerusalém já estava sitiada, seus muros pressionados por todos os lados. Vespasiano e Tito, agora reforçados pelos germânicos de Mortag, apertavam o cerco, enquanto dentro da cidade, nosso povo se preparava para a luta final, movidos pela fé e pelo desespero. 

Foi em um desses dias sombrios, quando o sol se escondeu atrás de uma nuvem espessa de poeira e sangue, que aconteceu um dos atos mais trágicos desta guerra. Furius, aquele que havia conquistado a glória nas arenas de Roma, trouxe sua lâmina e sua ira para o campo de batalha diante das muralhas de Jerusalém. Lá, ele encontrou Eliazar Ben Simão, um dos três maiores líderes da nossa revolta, um homem cuja coragem e liderança inspiravam esperança em cada um de nós. Eliazar, com sua espada erguida, lutava como se o próprio Javé o guiasse, mas mesmo ele não era páreo para a fúria bestial de Furius. Em um combate que parecia ter sido orquestrado pelos próprios deuses para selar nosso destino, Furius desferiu o golpe que tirou a vida de Eliazar.

Eu estava nas muralhas, observando tudo, quando o corpo de Eliazar caiu ao chão, o sangue jorrando de sua ferida mortal e tingindo de vermelho o solo sagrado de Jerusalém. Um grito de dor e desespero se ergueu da cidade, e soube, naquele momento, que havíamos perdido não apenas um líder, mas uma parte vital da nossa alma. O exército romano, ao ver nosso espírito quebrado, avançou com mais ferocidade, certos de que o fim estava próximo.

Mas mesmo diante dessa tragédia, nossos guerreiros, Zelotes e Fariseus, lutavam com um fervor que apenas a convicção na justiça de sua causa poderia inspirar. Os romanos, e agora os bárbaros germânicos, avançavam implacavelmente, mas cada passo que davam era contestado com sangue e aço. Eu, Flávio Josefo, assistia, impotente, enquanto a cidade que amava se tornava um campo de batalha infernal.

O cerco apertava, a fome começava a nos corroer por dentro, e a esperança de vitória se desvanecia como névoa ao amanhecer. Porém, mesmo diante de tamanha adversidade, Jerusalém resistia. As muralhas, ainda de pé, eram um símbolo de nossa determinação, mas eu sabia, no fundo do meu coração, que seu colapso era apenas uma questão de tempo. Enquanto as legiões romanas recuavam momentaneamente para reavaliar suas estratégias, Robus, com sua astúcia, se infiltrava na cidade. Em disfarce, ele penetrou nossas defesas, trazendo consigo promessas de traição e ruína.

Agora, com Eliazar morto, Jerusalém sitiada e a traição à espreita, pergunto-me qual será o destino dessa cruel guerra. O que restará de Jerusalém, de nosso povo, de nossos sonhos? Somente os deuses conhecem a resposta, e eu, com o coração pesado de dor e dúvida, continuo a escrever, pois se há algo que posso fazer, é garantir que a verdade desta tragédia seja conhecida.

O futuro de Jerusalém pende na balança, e o desfecho está próximo. Serei eu o cronista do nosso fim, ou das nossas últimas glórias? Só o tempo dirá.

Ataque do "Scorpio" durante o cerco a Jerusalém 


Wednesday, August 21, 2024

S03EP05 - O TRISTE FIM DE BOUDICCA

 Após a queda de Boudicca, Mortag Votadini e Xavi Radai voltaram à Germânia, mas o coração de Mortag estava profundamente abalado. A brutalidade com que Roma havia tratado Boudicca e sua família o atormentava, e a imagem de Tegid, a única filha sobrevivente da líder britânica, reforçava sua determinação de agir. Ao chegar em sua terra natal, Mortag começou a planejar sua vingança contra o Império Romano, ciente de que desafiar Roma significava enfrentar Nero, o imperador que governava com mão de ferro.

Xavi, embora ainda fiel ao seu código de honra como guerreiro, sentia-se dividido. Ele havia lutado ao lado de Mortag, mas sabia que um confronto direto com Roma seria uma batalha quase impossível de vencer. Mesmo assim, seu respeito por Mortag e seu desejo de vingar Boudicca o levaram a permanecer ao lado do líder germânico.

Enquanto Mortag reunia seus aliados, a jovem Tegid começou a se adaptar à vida na Germânia. Ela era silenciosa, mas determinada, e os olhos dela refletiam a mesma chama de sua mãe. Aos poucos, Tegid se aproximou de Mortag, compartilhando com ele as histórias de sua infância e a bravura de sua mãe. Esses momentos intensificaram a fúria de Mortag e solidificaram sua decisão de liderar uma rebelião.

Entretanto, o desaparecimento de Isolta, a outra filha de Boudicca, continuava a assombrar todos. Boatos começaram a circular entre os rebeldes de que Isolta havia sido capturada pelos romanos e estava sendo mantida como prisioneira em algum lugar desconhecido. Essa incerteza aumentava a urgência de Mortag em agir.

As tensões entre os líderes tribais germânicos começaram a crescer à medida que Mortag buscava alianças para sua causa. Ele sabia que precisaria de todo o apoio possível para enfrentar as legiões romanas, e muitos estavam dispostos a segui-lo, inspirados pela história de Boudicca e o desejo de vingança contra Roma.

Xavi, por sua vez, tentou apaziguar os ânimos, aconselhando Mortag a agir com cautela. Ele sugeriu que, antes de um confronto aberto, deveriam tentar libertar Isolta, se é que ela estava realmente viva. Mortag, ainda consumido pela raiva, concordou relutantemente com o plano de Xavi, reconhecendo a importância de salvar a filha de Boudicca.

A partir de então, a resistência contra Roma começou a tomar forma na Germânia. Mortag e Xavi preparavam seus guerreiros, enquanto Tegid se tornava uma figura simbólica de resistência, sua presença lembrando a todos o que estava em jogo. A rebelião não era apenas por vingança, mas pela liberdade de todos os povos oprimidos pelo império.

Mas a sombra de Nero pairava sobre eles. Roma não ficaria de braços cruzados, e Mortag sabia que o tempo estava contra ele. A batalha por justiça, liberdade e vingança estava prestes a começar, e o destino de muitas vidas seria decidido nos campos de batalha da Germânia.

BOUDICCA


Tuesday, April 16, 2024

S03EP04 - O GRANDE INCÊNDIO DE ROMA

O Grande Incêndio de Roma 

No turbilhão de fogo e caos que se abateu sobre Roma na fatídica noite de 18 de julho de 64, heróis improváveis se uniram para desafiar a fúria das chamas e salvar vidas valiosas.

Ravi Xadai, o caçador armênio, não hesitou ao ver Claudia Pia Bruti, sacerdotisa de Jupiter e descendente da família Bruti, fundadora de Roma, encurralada pelas labaredas. Com coragem inabalável, num ato reflexo, ele a resgatou e ainda conseguiu libertar transeuntes presos nas garras ardentes que engoliam as barricadas, porém não sem quase perder a vida.

Enquanto isso, Benjamim e Mortag, rei dos germânicos, numa improvável dupla de resgate, enfrentaram um desafio igualmente monumental. Uma mãe e seus três filhos estavam encurralados em uma casa tomada pelo fogo. Sem recuar diante do perigo, eles escalaram escombros até o telhado, salvando cada vida preciosa.

Unidos pelo chamado da compaixão e pela. Oz entrondosa de Jupiter Optimus Maximus, os três heróis se encontraram no meio das ruas em chamas, determinados a não deixar ninguém para trás. Guiando os aflitos para um riacho nas proximidades, no bairro pobre do Aventino, uma das sete colinas de Roma, eles ofereceram esperança em meio ao desespero.

A notícia de suas proezas alcançou os ouvidos do senador Agripa Tulius Secundus, que reconheceu a magnitude de suas ações. Ele revelou aos heróis que o império enfrentava turbulências devido às extravagâncias do imperador Nero, como a construção do Domus Aurea, impertinências políticas e descaso. Prometendo recompensá-los quando fosse seguro, o senador revelou planos de ação contra Nero, enquanto as massas ainda o aclamavam. Mata-lo agora seria imprudente. Agripa prometeu alcancá-los quando a hora da queda de Nero fosse plausível.

Entretanto, o destino tecia tramas mais complexas. Um contato britânico de Ravi Xadai, conhecedor da rebelde Boudicca e seu servo, propôs uma missão à Britânia. Prometendo generosa recompensa por informações que pudessem derrubar Roma, o grupo, agora unido por um propósito maior, aceitou a jornada.

Grande Incêndio de Roma - 18 de abril de 64 d.C.
Após meses de viagem através das águas turvas do adriático e já na Britânia, o grupo disfarç


ado infiltrou-se no quartel-general dos Icenos, onde Boudicca fervilhava de ódio contra os invasores romanos. Ela desvelou as atrocidades cometidas contra seu povo e prometeu ver o império ruir pelas mãos da vingança.

Assim, entrelaçando coragem, aventura, compaixão e o desejo de justiça, Ravi Xadai, Benjamim e Mortag tornaram-se parte de da história da rainha guerreira Boudicca, que estava bem diante de seus olhos.


S03EP10 A ERUPÇÃO DO VESÚVIO: PARTE 2

 A terra rugia e o céu se tornava negro. A grande montanha cuspia fogo e cinzas, enquanto Pompeia mergulhava no caos. Casca, Otão e Mortag n...