O clima na fronteira da Germânia é pesado. Muitas fortificações romanas são
assoladas por celtas dissidentes das ideias pacifistas de Bjartur e do grupo
simpático ao império romano. Por muitos anos houve uma tentativa de paz e
clientela entre Roma e as tribos germânicas no intuito de moderação. Entretanto,
o traidor Armínio voltou-se contra o império dizimando duas legiões inteiras sob
o comando de Varro, um alto general romano que, segundo dizem, tomado pela
vergonha, matou-se.
É nesse clima de tensão que a história de Mortag, príncipe
celta e filho de Bjartur se cruza com o legionário Pertinax Sulla. Pertinax
Sulla é apenas um soldado romano da fronteira germânica incumbido de procurar um
grupo batedor que sumiu dos arredores de Arreticum. Pertinax, assim, sob ordens
de seus superiores, investiga esse sumiço que, sem demora, é concluído com a
terrível realidade: o grupo de soldados romanos havia sido pego pelos Votadini
não muito longe dali. Intervindo com sua diplomacia e orgulho, Sulla conversa
com o líder celta Mortag e seu tio Torgil, aliado de Armínio.
Contrariado,
Torgil deixa Sulla libertar os romanos anunciando que esta seria uma decisão que
lhe custaria caro no futuro. Assim, Sulla e Mortag, filho de Bjartur, acabam
conhecendo um ao outro. A mãe de Mortag, Statila, entrega uma carta a Sulla para
que seja colocada em vista do próprio César em Roma. Para que isto fosse feito,
pediu para que seu filho Mortag fosse até o superior de Sulla e pessoalmente
entregasse a carta. Ao chegarem no forte para entregar a carta, um ataque
bárbaro se lança contra os romanos. Sem saída, Mortag tenta convencer seus
compatriotas a desistir da intentona. Mortag, por mais palavras que proferisse,
viu que eram em vão. Ali diante de si estavam os Iconii, celtas germânicos de
grande orgulho e ferozmente irados contra a dominação romana. A luta
inevitavelmente se incia trazendo diante de si um derramamento de sangue
intenso.
A guerra era imparável e, segundo as palavras do próprio líder Iconii,
outros três fortes já haviam caído. Ele prometera alí diante de Mortag que muito
mais morte haveria de chegar montada no corcel negro do além-vida. Com um plano
audaz e de grande esperteza, Sulla prepara uma armadilha militar astuta contra
os Iconii, que são brutalmente derrotados. Sulla arranca a cabeça do líder
bárbaro enquanto o resto de seus homens fogem apavorados dentro das florestas
negras da Germânia. Apesar da brilhante vitória, muito do forte havia sido
destruído. Era um pequeno dissabor tendo em vista as dezenas de vidas romanas
que Sulla e Mortag salvaram naquela batalha. A vitória era completa e Roma havia
sido vitoriosa mais uma vez. Entretanto, apesar dos louros de Marte, as palavras
do líder Iconii não saiam da cabeça de Mortag e de Sulla: "muito mais morte
ainda estava por vir". Semanas se passam.
Na via Ápia, maior estrada que liga
todos os cantos do império, uma última despedida acontece entre Sulla e Mortag.
Mortag: Leva esta mensagem a César da parte de meu pai, pois não há aliado
mais fiel nestas terras do que ele.
Sulla: De certo levarei e entregarei ao
divino César.
Mortag: Nela há dizeres sobre os germânicos e de tudo o mais que
o antigo César pediu.
Ao lado de Mortag, um druída de muita expressão, pintado de verde e com plantas
na cabeça e olhar negro profetizada a Sulla algo perturbador.
Druida: Entre vós se erguerá uma cobra, Romano, e esta trará muito desgosto e
sangue inocente. Em verdade vos digo, dê cabo dele ou a aliança entre celtas e
romanos de nada adiantará. E cuide da boa saúde e preste proteção não apenas a
este jovem Mortag, mas a seu pai, que muito lhe será útil.
Sulla: Certamente
farei isso pois as três virtudes romanas eu possuo e a palavra lhe dou. Antes,
no entanto, peço a teu protegido Mortag que tente colocar calma e juízo em
vossos compatriotas ou mais sangue em vão será derramado.
Assim, partindo até Roma, Sulla é promovido a praefectus da Legio III Gallica
pelo próprio Calígula César, algo que lhe deixa muito contente. Quanto a Mortag,
este continuou seus estudos militares e políticos pois, com efeito, o fardo de
ser o futuro herdeiro do legado germânico muito pesada sobre sua jovem cabeça.
Os Iconii encontram seu fim |